É uma técnica massofisioterápica especifica que além de desintoxicar, contribui para a eliminação de líquidos, ativa o sistema imunológico, também atua como relaxante e analgésico (em caso de fraturas ósseas elimina a pressão e o inchaço local e consequentemente a dor). Após cirurgia plástica alivia hematomas e inchaços. Auxilia no tratamento da celulite, cujo acumulo se deve a falta de movimentos locais, que provoca a estagnação da linfa nas células de gordura.
Apesar de a ação da drenagem linfática manual ser sobre o sistema linfático, seus efeitos também podem ser observados sobre a circulação sanguínea, o metabolismos, o tecido muscular, a pele e o sistema nervoso vegetativo.
INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA
• TRATAMENTOS ESTETICOS
• PRÉ E PÓS - CIRURGIAS PLÁSTICAS
• RELAXAMENTOS
• EDEMA DE MEMBRO SUPERIOR PÓS MASTECTOMIA
• TENSÃO PRÉ - MENSTRUAL
• EDEMAS EM GERAL
CONTRA INDICAÇÕES:
• CÂNCER DIAGNOSTICADO E NÃO TRATADO
• PRÉ CÂNCEROSES DE PELE
• INFLAMAÇÕES CRÔNICAS E AGUDAS
• TROMBOSE E TROMBOFLEBITE
• HIPERTIRÓIDISMO
• INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA
• HIPOTENÇÃO ARETRIAL IMPORTANTE
CONSIDERAÇÕES RELEVANTES:
• O trabalho deve ser executado no sentido proximal-distal;
• Praticar por maior espaço de tempo onde há maior retenção de líquidos, ou seja, linfedema;
• Executar as manobras em um ritmo lento, pausado e repetitivo, em respeito ao mecanismo do transporte da linfa, cuja frequência de contração é de 5-7 vezes por minuto;
• Não deve ser desagradável e jamais provocar dor e manchas roxas;
• Aconselhável que a primeira sessão seja mais breve, trabalhando mais a cadeia linfonodal;
BREVE HISTÓRICO
O físico italiano Gaspar Aselli (1581-1626), durante uma autopsia no intestino de um cão, observou um liquido branco, de aspecto leitoso, e que chamou de venae lácteo ( do latim “vasos com leite” ), que mais tarde ficou conhecido pelo nome vasos linfáticos. Sem sombra de dúvidas os séculos XVII, XVIII e XIX foram os que mais trouxeram contribuições não só a descrição cientifica do sistema linfático como a todas as ciências em geral. Bertoline, em 1652; Mascagni, em 1752; Sappey em 1876; e Starling em 1984 trouxeram grandes avanços nos estudos anatômicos e fisiológicos do sistema linfático. Entre eles, o mapa dos vasos linfáticos (Starling). Mas foi no século XX, com o biólogo e terapeuta dinamarquês Emil Vodder, que ocorreram as mais significativas contribuições que possibilitaram o desenvolvimento das terapias de drenagem linfática. Em 1932, tratando de um paciente com sinusite crônica e uma acne difusa no rosto e pescoço, notou que, ao massagear essas áreas suavemente e seguindo o sentido das linfas para as glândulas regionais, observava a cada dia uma melhora muito grande os gânglios que eram inchados começaram a desinchar. Após essa experiência, aprimorou seus estudos e então em 1936, apresentou em paris no salão internacional de saúde o novo método de massagem. Já em 1950, diferentes profissionais e pesquisadores especializados em linfologia apresentam as provas cientificas especificas da eficácia da drenagem linfática manual. A medicina reconheceu oficialmente em 1966. Em 1977, o dr. Julio Guerra da silva trouxe a DL para o Brasil, no primeiro curso 25 esteticistas participaram e só 22 conseguiram passar.
É um sistema parecido com a circulação sanguínea. É unidirecional. Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea, e também é composto por uma rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos linfáticos tecidos linfáticos, capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores.
Quando o sangue venoso passa pelos capilares-das arteríolas para as vênulas-uma fração liquida aquosa de seus componentes é filtrada por suas paredes porosas, formando a substancia fundamental ou liquido intersticial, que esta presente em todo organismo, circundando todas as células. Aí então, dá-se a troca metabólica, pois ao mesmo tempo em que cedem substancias, ela recolhe os resíduos do metabolismo celular. Caso a substancia fundamental, ou liquido intersticial ficasse estagnado, o sistema vascular entraria em colapso, mas é justamente quando entra em ação o Sistema Linfático, com sua constante drenagem, ou seja, escoamento, através dos capilares linfáticos (Medicina e Saúde,1967).
FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO
- remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais;
- absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório;
- produção de células imunes (como linfócitos, e células produtoras de anticorpos conhecidas como plasmócitos).
LINFA E LIQUIDO INTERSTICIAL
Segundo Mottura apud Giardini (1997), a linfa é o liquido presente nos vasos linfáticos, ou seja, quando o liquido intersticial perde as características da permeação intracelular e assume uma direção e uma velocidade de fluxo próprio. O liquido intersticial é um liquido “ultrafiltrado” plasmático dos capilares sanguíneos.
Para entender melhor o mecanismo de formação da linfa, é necessário conhecer as forças que fazem filtrar e reabsorver os líquidos entre os capilares sanguíneos e as células do corpo humano. Para isso existe pressão hidrostática (PH) e a pressão oncótica (PO):
PRESSÃO HIDROSTATICA é realizada pelo liquido contido no vaso contra as paredes vasculares e favorece a saída dos líquidos dos capilares arteriais (Cariati,1978). Depende do bombeamento músculo cardíaco e esta ligado ao sistema arterial, ou seja, é uma pressão que força a passagem do liquido para fora, através da membrana capilar.
PRESSÃO ONCOTICA – é devida a presença de proteínas plasmáticas que estão no sangue, fazendo fluir o liquido onde a concentração protéica é maior e esta ligada ao sistema venoso e ao espaço intersticial.
FAZENDO-SE UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS DUAS PRESSÕES VEREMOS QUE:
1- A pressão hidrostática é a que determina a filtração e a que prevalece nos capilares arteriais, enquanto a pressão oncótica é aquela atuante nos capilares venosos e no espaço intersticial, e a qual estabelece um equilíbrio osmótico entre ambas as estruturas, nas quais há idêntica concentração de moléculas, porem diferente quantidade de liquido;
2- A pressão hidrostática influi sobre a filtração do liquido nos tecidos, enquanto a pressão oncótica faz com que o liquido retorne à corrente sanguínea. Tais forças promovem a filtração e o reabsorvimento tanto ao nível do sistema arterial quanto do sistema venoso, o que significa que em condição normal, a quantidade de
liquido que entra e sai dos capilares é igual, sendo então a quantidade de líquidos intersticial constante.
FUNÇÕES DA LINFA
• Drenar os resíduos metabólicos e o material de refugo
• Manter o equilíbrio de Starling (quantidade de liquido que sai, quase igual a que entra) no espaço intersticial, onde através dos vasos linfáticos ai presentes, efetuam-se os processos fundamentais de filtração e reabsorção, que devem reabsorver 10% da filtragem plasmática;
• Distribuir os ácidos graxos, recolhidos nos intestinos que formam o QUILO, que é produto graxo que vem da digestão e absorvido pelo intestino delgado.
• Auxiliar na recuperação de ferimentos, através do fibrinogênio – proteína plasmática de alto peso molecular, segundo Tortora (2000), - que através da enzima trombina se converte em fibras de fibrina, formando coágulos, que origina a “casca” de proteção das feridas, mas de forma lenta;
• Agir como agente imunológico, pois é veiculo para os linfócitos, leucócitos, macrófagos, granulocitos, alguns eritrócitos, que são células de defesa;
• Devolver a circulação sanguínea, o liquido excedente, que não foi reabsorvido pela parte venosa dos capilares venosos após o processo de controle imunológico e de purificação dos linfonodos;
• Transportar para o sangue as proteínas plasmáticas;
• Permitir uma melhora dos tecidos corpóreos na estética, e por renovar mais rapidamente as células, otimiza a reestruturação e reparação dos tecidos degenerados ou envelhecidos;
TECIDOS LINFÓIDES:
TIMO
É um órgão linfóide, responsável pela produção dos linfócitos “T” até a puberdade, quando sofre uma involução e passa somente a produzir linfócitos para compensar seus desgastes. Consiste na mobilização de linfócitos especializados, que tem origem na medula óssea e que levados pelo sangue pelo timo, completam ai sua maturação, ou seja proliferam e se diferenciam em linfócitos T, que novamente conduzidos pelo sangue ocupam áreas definidas nos outros órgãos linfáticos.
BAÇO
E um órgão linfático que está presente na circulação sanguínea. Suas funções são:
1) Remoção de hemácias em vias de regeneração
2) Produção de linfócitos e formação de anticorpos
3) Filtração do sangue retirando agentes nocivos
AMÍDALAS
São aglomerados de tecidos linfóides, situada na mucosa do aparelho digestivo, contém linfócitos T e linfócitos B.
GANGLIOS LINFATICOS OU LINFONODOS
São órgãos ovais em forma de feijão, localizados ao longo dos vasos linfáticos. Eles estão distribuídos por todo o corpo. Essas estruturas interpostas no trajeto da corrente linfática e responsáveis pela filtração da linfa. Cada vaso linfático passa em pelo menos 1 gânglio linfático, onde ocorre reações imunológicas em seu interior, por serem reservatório para os linfócitos, capazes de debelar infecções. Existem cerca de quatrocentos gânglios no corpo humano sendo que a maior parte deles se encontra no pescoço. São também encontradas em outros locais de acúmulos tais como : axilas, cristas ilíacas, virilha e região poplítea. A linfa e purificada pelos macrófagos que tem a capacidade de fagocitose.
1) Fossa Supra Clavicular (termino)
2) Sétima Vértebra Cervical
3) Gânglios Occipitais
4) Gânglios Retro Auriculares (mastóideos)
5) Gânglios do Pescoço, cervicais superficiais
6) Gânglios Submandibulares
7) Ângulo da mandíbula
8) Gânglios Parotídeos
9) Temporais
10) Gânglios Submentais.
OCCIPITAIS: posicionados entre as regiões do occipital e da cervical, ou seja entre as inserções dos músculos trapézio e esternocleidomastóideo(superficiais) e da inserção proximal do músculo esplênico (profundos). Recolhem a linfa das regiões do occipital e da cervical.
AURICULARES: situados em relação ao pavilhão auricular se dividem em:
Retro-auriculares ou posteriores: região mastóidea, sobre a inserção do músculo esternocleidomastoideo.
Sub-auricular ou parotideos inferiores: região inferior do pavilhão auricular
Pré-auriculares ou anteriores: situam-se na fáscia parotídea superficial.
Os auriculares recolhem a linfa da parte anterior e posterior do pavilhão auricular, raiz do nariz, parte lateral da pálpebra, glândula parótida, mastoideo, couro cabeludo e orelha media.
PAROTIDEOS: dividem-se em extraglandular e intraglandular, sendo que os primeiros encontram-se sob a fáscia parotídea, enquanto os segundos estão no interior da parótida. Recolhem a linfa advinda da parótida, das regiões frontal e temporal, da face, do nariz, da glândula lacrimal, do meato auditivo externo, da membrana do tímpano e dos linfonodos auriculares.
SUBMENTONIANOS: situado no extrato profundo subcutâneo (os superficiais) e no plano conjuntivo dos músculos digastricos (profundos), recolhem a linfa do mento, dos lábios da face, das gengivas, dos dentes, do pavilhão bucal e do ápice da língua.
SUBMANDIBULARES OU SUBMAXILARES: na cavidade da glândula submandibular, recolhem a linfa dos linfonodos bucais, submentonianos e linguais, do lábio superior e da metade lateral do lábio inferior, da face, do nariz, das pálpebras, dos dentes da gengiva, das parótidas.
CERVICAIS: formam a cadeia linfonodal do pescoço, que devem ser trabalhados no inicio de cada tratamento de drenagem linfática manual, pois contribui para o desbloqueamento do “terminus”, é fundamental para a drenagem linfática.
Linfonodos axilares
Linfonodos Inguinais
Linfonodos Maléolo
Linfonodo Poplíteo
Linfonodo supra clavicular
Me parece um texto bem acadêmico, com algumas informações e palavras que talvez alguns não entendam. FAlamos sobre drenagem linfática em nosso site mas tentamos manter uma abordagem mais acessível. Passe lá e nos diga o que acha.
ResponderExcluirJusto o que eu procurava sobre drenagem linfática bh. Obrigada!
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